segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Queria escrever algo genial.

Como um diálogo amargo mas calculado. Mas amargura é o que eu não sou no momento e não há quem escreva sem totalmente não ser ou até há, mas quem o faz soa falso, porque assim o é. Eu nunca procurei nada, nas minhas palavras e nas que procuro por aí, muito além da sinceridade, porque, afinal, sinceridade até quando dói, é gostosa porque é viva. Mesmo quando se quer renunciar a verdade enche-se a boca (mesmo que em sussuros) quando se diz. Atriz que é atriz o sabe, mas por mais que tente, não enche a boca tanto quanto se fosse verdade. Aí entra a questão esquizofrênica do palco, a dedicação descabida. Eu volto a ter sete anos e procuro uma tristeza infantil de perda de pais que só perdi mais tarde pra poder agradecer um Capitão Gancho que me ameaça e depois faz honrarias. Tudo pelo teatro e sinceridade. Ser sincero é quase tão gostoso quanto convencer alguém de uma mentira absurda.

2 comentários:

Marcelo Mayer disse...

olá! obrigado pela visita em meu blog!
gostei de seu espaço. vc conseguiu sim fazer algo genial. pq é sem pretensão, ou estou enganado?
enfim, ser sincero já é foda, pq o amor, por exemplo, já é a mentira mais gostosa ;)

Ferdi disse...

De nada, meu caro, obrigada eu por proporcionar tão oa linhas.
Está certíssimo e muito, muito obrigada por tamanho elogio :)
É.. é a mentira mais gostosa, mais que mentira, a invenção.